A ABPF é uma entidade reconhecida nacionalmente e desenvolve um trabalho de preservação excepcional em suas várias regionais espalhadas pelos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná, além de atuação em outras localidades país afora. Além disso, a ABPF é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), não tem fins lucrativos, além de desenvolver um trabalho excepcional no campo da preservação dos patrimônios material e imaterial.
Histórico da ABPF
A Associação Brasileira de Preservação Ferroviária - ABPF foi fundada em 1977 pelo francês Patrick Henri Ferdinand Dollinger, e reúne interessados na preservação e divulgação da história da ferrovia brasileira. Apaixonado por locomotivas a vapor e por ferrovias, Patrick chegou ao Brasil em 1966 e preocupado com o abandono da história ferroviária brasileira, resolveu criar uma entidade de preservação, nos moldes das existentes na Europa e Estados Unidos.
A primeira ação da ABPF foi instituir uma campanha nacional para impedir o sucateamento de locomotivas a vapor. Com isto, a entidade conseguiu sensibilizar a administração da Rede Ferroviária Federal S. A. da época, como também obteve seu apoio. De uma só vez, a RFFSA cedeu a ABPF 13 locomotivas a vapor desativadas.
A segunda grande missão foi conseguir um ramal desativado para colocar este material. Depois de um levantamento de trechos desativados no Estado de São Paulo, Patrick optou pela antiga linha tronco da Cia. Mogiana, entre Anhumas (Campinas) e Jaguariúna.
Em 1979, a FEPASA – Ferrovias Paulistas S.A.- atendeu ao apelo da ABPF e cedeu, em comodato, este trecho de 24km. Ali, foi realizado um trabalho árduo de recuperação de recuperação de locomotivas a vapor, carros de passageiros, vagões, estações e via permanente. Em setembro de 1984, era criado o Museu Ferroviário, com 24km de extensão, chamado de Viação Férrea Campinas-Jaguariúna – VFCJ.
Com sede nacional localizada na cidade de Campinas (SP), a ABPF é composta de uma Diretoria Nacional e Divisões Regionais e Núcleos, espalhados pelo país.
São João del-Rei e a ABPF
Deve-se ressaltar que a ABPF tem profundas relações com a cidade de São João del-Rei, tendo, no início da década de 1980, quando do fechamento comercial da EFOM, sido crucial na preservação do trecho São João del-Rei a Tiradentes. Além disso, no fim da década de 1980, a ABPF chegou à constituir uma regional em São João del-Rei (que, na época, seria a primeira fora de Campinas), porém, a atuação política "bairrista" de alguns políticos locais, temendo, sem qualquer fundamento, a retirada de materiais da EFOM para levar para São Paulo. O então presidente da RFFSA chegou a vir à São João del-Rei na ocasião para sacramentar a entrega do Complexo da EFOM à ABPF, o que não se concretizou.
Após 20 anos a ABPF retorna à São João del-Rei para trabalhar em prol da preservação da memória da EFOM e da cultura ferroviária!!!!
Visitem o site da ABPF: www.abpf.com.br
Ficou uma pergunta: ficaremos subordinados à qual regional?
ResponderExcluirA bitola era só 0,76 cm ou existia outra maior?Pergunto porque aqui no PR/SC sempre tivemos a bitola de 100 cm.
ResponderExcluirÓtimos os textos de Welber Luiz dos Ssntos. Era....obsoleto, atrasado, anacrônico e deveras encantador. Mas ponha encantador nisso! Os que não tiveram o privilégio de ver essas ferrovias quando operacionais perderam muito.
ResponderExcluirRespondendo ao ângelo sobre a bitola: A Oeste de Minas teve linhas em bitola 0,76m referentes às concessões do período Imperial (contratos com o governo provincial mineiro) e linhas em bitola de 1,00m referentes aos contratos de concessão do período republicano (a partir de 1890). Toda a malha em bitola de 0,76m foi erradicada entre 1963 e 1984, restando apenas os 12km entre S. J. del-Rei e Tiradentes. Quanto à malha de 1,00m, quase toda ela ainda está ativa, sendo hoje parte da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica, entre os estados de MG e RJ. O trecho mais ativo desse remanescente fica entre Belo Horizonte e o triângulo mineiro.
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